quinta-feira, 9 de março de 2017

Reatores e lampadas eletrônicas queimando à toa?!?!?!

   Esta semana passada fiz um retrospecto sobre os chamados que tenho tido e percebi que os chamados por iluminação tem sidos os mais altos, embora os menos rentáveis; Em quase todos os casos, se tratam de lampada ou reator eletrônicos, incluindo-se ai lâmpadas LED, acredite se quiser...
 No caso que me chamou mais atenção foi de um dos meus clientes, pois ele já havia trocado (ele mesmo, pois não queria pagar ninguém, chamado M.D.V.!), e por ultimo, substituiu as lampadas eletrônicas por lampada LED. MAAASSS, continuava a queima. Pois bem meu caro leitor, chegando até ele, a primeira coisa que me passou pela cabeça foi verificar o quadro de distribuição, já suspeitando de um neutro aberto, mas descartei apos verificação visual; pensei em variações elétricas oriundas da rede, e de novo a lampada( em minha cabeça!) acendeu: SURTOS!!! Como sou o Primo Pobre e não tenho um analisador de energia, procurei meu Primo Rico e pedi emprestado um alicate Watímetro, e, veja só o que encontrei, depois de descarregar as medidas do Datta logger, que coletava medidas a cada 0,4 segundos e transformar em planilha:
   Na minha tabela vinda do datalogger do analisador tinha valores registrados até 999, porem apresentei apenas um intervalo de 220 registros,onde encontrei as anomalias. Foi em pouco mais de 6 minutos de observação, onde detectei 3, 3 surtos, na faixa de 1400 V!!!!! Se tivesse diminuido o tempo de intervalo de amostragem, talvez teria encontrado muito mais!!!!

   Não preciso nem dizer o que é surto de tensão para você entender o que pode causar, mas vamos lá! O surto de tensão é um aumento de tensão de curta duração no valor normal da sua instalação elétrica. Ou seja, ele ocorre quando uma tensão de alimentação de, por exemplo, de 110 volts ou 220 volts eficazes, passa, de repente, a um pulso com dois mil volts e começa a circular pela rede,  até chegar ao equipamento. Este pulso é muito rápido (veja uma representação gráfica abaixo) e não é detectado pelos dispositivos de proteção normais, como o disjuntor ou o DR.

Os equipamentos eletroeletrônicos são fabricados para suportar estes impulsos até 1500 volts em média, o que significa que se este pulso de dois mil atingi-lo, provavelmente irá danificá-lo.
Mas de onde surgem estes pulsos chamados de surto de tensão? Surgem das descargas atmosféricas (raios), que podem atingir as redes de energia ou mesmo locais próximos, e, através da rede, chegar até sua residência. Podem também ser gerados por chaveamentos de cargas ou mesmo pelas manobras da concessionária de energia. Portanto, podem aparecer do nada.
Aqui, precisamos fazer uma observação importante: mesmo que o prédio ou a edificação tenha um sistema de proteção contra descarga atmosférica (para-raios), isso não significa que as instalações estejam protegidas contra os surtos de tensão.
Voltando ao tema, os surtos surgem e chegam ao equipamento podendo queimá-lo. Então é necessário protegê-lo com o Dispositivo de Proteção contra Surtos, conhecido como DPS.
Ele é um dispositivo simples em vários formatos, que tem a função de desviar para a terra o surto de tensão que vier a surgir nas instalações da rede.  Este dispositivo de proteção está previsto na norma de instalações elétricas de baixa tensão editada pela ABNT em 2004, e deve ser instalado na entrada de energia da edificação e em pontos de maior controle, como, por exemplo, nos apartamentos.

   O DPS possui algumas características interessantes, pois tem a capacidade de detectar o surto de tensão e desviá-lo para a terra na mesma velocidade em que o surto acontece, ou seja,
1 milisegundo, e reestabelecer a energia em seguida.

  Findo isto, apresentei o relatório ao meu cliente M.D.V., sugeri a instalação do DPS no QDG  do Apartamento dele, e com menos de R$200 estava resolvido o problema de troca de lampadas semanal...

   Você deve estar com uma pulga atrás orelha, afinal o que é M.D.V.????

Mão De Vaca

Tá explicado? rsrsrsr

Erit quaestio scientium nostrum est!!!!
Sua dúvida será nosso conhecimento!!!!

domingo, 5 de março de 2017

Instalações elétricas - Vida Útil

 Quanto vive uma instalação elétrica?


Muitas coisas têm seu prazo de validade. Um carro, por exemplo, deve sofrer revisões periódicas para que possa estar em condições de uso. Um filtro de água de carvão ativado deve ser substituído de tempos em tempos. E é assim com muitos produtos.
Com a instalação elétrica não é diferente, pois ela é composta de componentes que se desgastam ao longo da sua utilização e chegam ao final da sua vida útil, devendo então ser realizada uma manutenção e substituição. Tomadas e interruptores têm sua vida útil estimada em manobras, ou seja, quantas vezes você aciona um interruptor ou insere e retira um equipamento da tomada. Da mesma forma o disjuntor e o DR têm sua vida útil estimada em manobras e atuações, porém estes últimos também têm sua vida útil reduzida à medida que os valores limites são atingidos, como por exemplo, a corrente de curto circuito no disjuntor.
Já o condutor tem sua vida útil estimada em até 30 anos, porém este componente sofre uma redução drástica de vida útil quando a sua utilização é submetida a situações de limites. O que isto significa? Vamos tentar explicar com um exemplo.
Imagine que um condutor de uma determinada seção (bitola) foi produzido para suportar uma corrente de 30 amperes, na condição de instalação em eletroduto fechado instalado em parede de alvenaria, e temperatura ambiente de 30 graus Celsius. Este condutor também suportaria uma corrente de curto circuito de 2 mil amperes (2Ka) por  100 micro segundos (todos os valores são fictícios e usados somente para exemplo).
Se usado dentro destes parâmetros, o condutor teria uma vida útil de aproximadamente 25 anos. Mas ao longo do tempo ele foi submetido, várias vezes, a uma sobrecarga de 35 amperes com durações que variaram de 2 a 5 minutos sem que o dispositivo de proteção (Disjuntor) atuasse. Também sofreu alguns curtos-circuitos com valores de 5 mil amperes (5Ka), por períodos de 80 microssegundos.
Estas condições certamente impuseram danos ao condutor, normalmente danificando a sua isolação, deixando-o vulnerável. Sua vida útil, certamente diminuiu e este valor não pode ser mais estimado. Neste caso o certo a fazer é substituir o condutor, redimensionando-o para a nova realidade das cargas que, provavelmente, será com seção maior para suportar as sobrecargas impostas pela carga e ampliações futuras. Da mesma forma, os dispositivos de proteção deverão ser recalculados para esta nova situação, e a avaliação dos demais componentes deverá ser realizada em conjunto.
 Outra coisa, Normas relativas a instalação eletricas sofrem revisões, visando a segurança operacional da mesma, ou seja, a segurança de quem usa esta instalação e a xconservação da mesma, tornando ela mais confiável. A NBR 5410 (instalações elétricas em baixa tensão), que é uma norma bem extensa, passou por duas revisões em 10 anos (1997 e 2004) numa delas entrando a necessidade de interruptor DR, que é um item fundamental para segurança contra choques elétricos.


Erit quaestio scientium nostrum est!!!
Sua dúvida sera nosso conhecimento!!! 

sexta-feira, 3 de março de 2017

Aterramento elétrico - Origens


As Origens do Aterramento Elétrico


 
   O termo aterramento se refere à terra propriamente dita ou a uma grande massa que se utiliza em seu lugar. Quando falamos que algo está "aterrado", queremos dizer então  que, pelo menos, um de seus elementos está propositalmente ligado à terra.
  
 Em geral, os sistemas elétricos não precisam estar ligados à terra para funcionarem e,
de fato, nem todos os sistemas elétricos são aterrados. Mas, nos sistemas elétricos, quando designamos as tensões, geralmente, elas são referidas à terra. Dessa forma, a terra representa um ponto de referência (ou um ponto de potencial zero) ao qual todas as outras tensões são referidas. De fato, como um equipamento computadorizado se
comunica com outros equipamentos, uma tensão de referência "zero" é crítica para a sua operação apropriada; a terra, portanto, é uma boa escolha como ponto de referência zero, uma vez que ela nos circunda em todos os lugares. Quando alguém está de pé em contato com a terra, seu corpo está aproximadamente no potencial da terra. Se a estrutura metálica de uma edificação está aterrada, então todos os seus componentes metálicos estão aproximadamente no potencial de terra.

História

   Desde os primórdios quando o homem começou a pensar sobre o mundo que "acontecia" a sua volta ( Homo sapiens), ver certos fenômenos da natureza ligados a eletricidade como o trovão, sempre caia na direção da terra, a terra se tornou um referencial; sabemos hoje que raios circulam entre nuvens, mas o mais visível ainda são os "riscos" entre céus e terra.
   A partir de 1820, sistemas eletromagnéticos de telégrafo de longa distância usavam dois ou mais fios para carregar sinais e retornar a corrente. Por volta de 1836, Karl August Steiheil, um cientista alemão, descobriu que a terra pode ser usad como caminho de retorno para completar um circuito. Ele propôs que a Terra poderia funcionar como um condutor de retorno na telegrafia se os terminais do cabo fossem enterrados no subsolo. Essa inovação mudou totalmente o projeto de receptores telegráficos, pois tornou o fio de retorno desnecessário. O resultado foi que o custo associado às linhas de telégrafo também diminuiu.

 Construção de uma linha de telégrafo, em1863 (Historia viva)

   Já por volta de 1851, havia mais de 50 companhias de telégrafo em operação nos Estados Unidos, e a Western Union Telegraph Company era uma das mais populares. Em 1861, a companhia finalizou a primeira linha de telégrafo transcontinental entre Saint Joseph, Missouri e Sacramento, Califórnia. Todas as linhas usaram aterramento elétrico, mas a maioria ainda encontrou problemas; a maior parte dos problemas de aterramento resultava de condutividade ruim (advinda do tempo seco), e muitas vezes tinha de se usar água na vara de aterramento para que o telégrafo funcionasse! Quando o telégrafo foi substituído pelo telefone como dispositivo primário de comunicação à distância, o aterramento elétrico passou a ser usado em outros dispositivos, incluindo ferrovias elétricas, sistemas de energia e uma variedade de circuitos. Hoje, sistemas elétricos e de transmissão usam aterramento para prevenir condições perigosas, assim como para facilitar o retorno da corrente. Outros usos incluem desviar relâmpagos com segurança para longe de edifícios e para a terra.

Objetivos 

 
A principal finalidade de um aterramento elétrico esta em assegurar que este sistema não cause danos aos usuários e ao patrimônio. Pensa cá comigo, em um sistema não aterrado, digamos que um fio fase (aquele que dá choque, Deus me livre!!!) encoste em uma superfície condutora, nada vai acontecer: disjuntores não desarmam, máquinas não param de funcionar e sim, acontece, pessoas são eletrocutadas!!!! 
Dínamo, 1855
Durante a segunda Revolução Industrial, 
com o advento da eletricidade e do
eletromagnetismo como recurso, mas por se conhecer pouco sobre a eletricidade e seus efeitos, eram frequentes os acidentes, e pouca importância era dada, pois a mão de obra era "excedente": Máquinas operando em tensões altas (perto dos 1000 até cerca de 2500V, pois as maquinas eram pouco eficientes), fios expostos e nenhum, nenhum EPI ou EPC. Neste cenário, entre frequentes protestos por melhores condições de trabalho, que surgiu a necessidade de um sistema que protegesse o usuário de choques elétricos, entre eles o aterramento.
   
   Segurança pessoal

  A conexão dos equipamentos elétricos ao sistema de aterramento deve permitir que, caso ocorra uma falha na isolação dos equipamentos, a corrente de falta passe através do condutor de aterramento ao invés de percorrer o corpo de uma pessoa que eventualmente esteja tocando o equipamento.

Desligamento automático

O sistema de aterramento deve oferecer um percurso de fácil caminho de retorno para a terra da corrente de fuga, permitindo, assim, que haja a operação automática, rápida e segura do sistema de proteção.
 
Controle de tensões
  
O aterramento permite um controle das tensões desenvolvidas no solo (passo, toque e transferida) quando um curto-circuito fase-terra retorna pela terra para a fonte próxima ou quando da ocorrência de uma descarga atmosférica no local. 

Transitórios
  
O sistema de aterramento estabiliza a tensão durante transitórios no sistema elétrico provocados por faltas para a terra, chaveamentos, etc, de tal forma que não apareçam sobretensões perigosas durante esses períodos que possam provocar a ruptura da isolação dos equipamentos elétricos.

Cargas estáticas
 O aterramento deve escoar cargas estáticas acumuladas em estruturas, suportes e carcaças dos equipamentos em geral, advindos de várias causas entre elas cargas de capacitores e transformadores (com núcleo de ferro magnetizado, induz tensão em seus terminais).